Faciapes pede que a Câmara agilize suspensão de inscrição no Cadin

Deputados federais vão avaliar o texto aprovado no Senado, suspendendo, por seis meses após o fim do estado de emergência da pandemia, o registro de dívidas no Cadin. 

Avança no Congresso Nacional a proposta que suspende, temporariamente, por seis meses, após o fim do estado de emergência em saúde pública, as inscrições e débitos fiscais de Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) no Cadin – o Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal, que é um banco de dados onde são inscritos os débitos de pessoas físicas e jurídicas junto a órgãos e entidades da administração pública federal, direta e indireta.
“O sistema associativo acompanhou de perto o drama das micro e pequenas empresas e também dos microempreendedores individuais. É importante que a Câmara dos Deputados aprecie e aprove essa suspensão em regime de urgência para dar a esses empreendedores, que representam 90% do volume de mão-de-obra ocupada no País, tranquilidade na retomada da economia”, disse o vice-presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do  Espírito Santo (Faciapes), Luiz Ridolphi.
O Projeto de Lei 1.585/2021, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT), foi aprovado nesta quinta-feira (19) no Senado e, agora, segue para análise da Câmara dos Deputados. Durante a votação, a relatora, senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), acabou quatro das cinco emendas apresentadas à proposição pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jayme Campos (DEM-MT), Carlos Viana (PSD-MG) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
A suspensão da inscrição desses débitos no Cadin é em função da pandemia de Covid-19 e sua célebre e exitosa tramitação no Senado foi elogiada pelo senador Izalci Lucas, que teve uma de suas emendas aprovadas: “A gente precisa prestigiar cada vez mais as pequenas e médias empresas, que vão precisar de muito apoio para superarem os efeitos econômicos da pandemia”. 
O projeto
O texto aprovado nesta quinta-feira prevê que, até seis meses após a vigência do estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), ficam suspensas as inscrições de débitos dos microempreendedores individuais, das microempresas e das empresas de pequeno porte no Cadin.
A suspensão da inscrição no Cadin não será aplicável nas seguintes hipóteses: não fornecimento de informação solicitada por órgão ou entidade pública; não apresentação ou atraso na apresentação da prestação de contas; omissão na apresentação de contas; ou rejeição das contas apresentadas.
A suspensão da inscrição não impede eventual ação de execução fiscal e tampouco afeta a exigibilidade de tributo. Trata-se somente de suspender a inscrição em cadastro informativo, como forma de assegurar a sobrevivência de microempresas e empresas de pequeno porte que foram afetadas durante o período da pandemia.
Queda no faturamento
Autor do projeto, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirma que o cadastramento no Cadin inviabiliza a continuidade do negócio, tornando mais difícil o acesso ao crédito.
O senador cita levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo o qual 92% das microempresas e empresas de pequeno porte têm dívidas em mora em decorrência da queda no faturamento causada pela pandemia da covid-19. Por outro lado, entre as que estão com os pagamentos em dia, o número seria de 73%.
De acordo com essa pesquisa, divulgada em março, as empresas com dívidas em atraso seriam as que mais apresentaram piora do faturamento em 2020, em comparação a 2019. Nesse grupo, 79% teriam contabilizado faturamento anual pior que o de 2019. Entre as empresas adimplentes, esse percentual seria de 59%. 
As dívidas em atraso concorrem para uma maior recusa dos bancos na concessão de empréstimo. Fagundes destaca que, desse modo, dentre os donos de pequenos negócios com pagamentos em dia, 58% teriam obtido êxito na tentativa, mas entre os empreendedores inadimplentes somente 25% teriam obtido empréstimo.
Impactos da pandemia
Em seu relatório, Daniella Ribeiro também citou informações apresentadas pelo Sebrae, segundo as quais a pandemia alterou o funcionamento de mais de cinco milhões de pequenas e microempresas no país, ou cerca de um terço do total. Além disso, segundo o levantamento, outras 10 milhões de pequenas e microempresas tiveram que interromper temporariamente suas atividades, ou quase dois terços do total. 
Quanto à situação econômica, a maior parte das pequenas e microempresas informou que sua situação econômica já não era "confortável" antes da pandemia, que veio a agravar esse quadro.
(Com informações da Agência Senado)IMG

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